Esperamos sete anos,
sete tempos, sete silêncios.
No tempo que parecia deserto,
Deus semeava teu nome.
Um dia, veio a foto
tão pequena, tão inteira.
E o coração, esse velho relógio cansado,
bateu diferente.
Era o anúncio: “Ela é tua.”
E o mundo começou de novo.
Agora, quando chego,
teu grito corta o ar como música.
Teus passinhos correm, tropeçando de amor,
tuas mãos me abraçam
e tudo que era falta
vira abundância.
Sofia,
tua alegria é um sol que não se apaga.
Tens a doçura das manhãs,
a sabedoria das flores,
e um riso que desfaz o cansaço do mundo.
Aprendo contigo
que o amor é renúncia,
mas também renascimento.
Que ser pai é abrir mão de si
para caber mais de ti.
Te esperei sem saber teu nome,
mas Deus já o sussurrava no vento.
Hoje sei:
a vida inteira era só o prólogo
do instante em que disseste
com teus olhos e teus braços abertos
“papai”.E nada mais importa.
Porque o amor, Sofia,
não é promessa,
é presença.
E tu és a presença
que deu sentido a tudo.