Ainda Há Quem Conserte o Mundo

No meio do barulho, das notícias ruins, das discussões vazias, das guerras de opinião… ainda há silêncio. Mas não um silêncio qualquer. É o silêncio de quem faz — sem alarde, sem holofote, sem post no feed.

Enquanto uns destroem, outros… constroem.
Enquanto uns gritam ódio, outros… sussurram amor.

Tem gente que acorda cedo, não pra ganhar mais, mas pra doar.
Gente que abre mão do próprio conforto pra servir em um abrigo, pra preparar marmitas, pra visitar quem ninguém visita, pra ensinar quem não teve chance.

Tem os que entram nas igrejas, sim — mas não apenas pra rezar. Entram pra arregaçar as mangas. Pra transformar fé em ação. Porque entenderam que fé sem obra é só discurso bonito.

Mas tem também os que nem falam de Deus… mas vivem Deus todos os dias. No gesto simples, no sorriso dado, na mão estendida, no “vem que eu te ajudo”. Porque sabem, no fundo, que ser luz não depende de placa de igreja, nem de partido, nem de ideologia.

Tem quem plante árvore. Tem quem plante esperança. Tem quem limpe praia, quem salve animais, quem abrace causas que nem são suas — mas fazem questão de tornar suas.

Tem quem olhe pro outro sem perguntar em quem ele votou, qual religião ele segue, que bandeira ele levanta. Porque, no final, entendem que dor não tem CPF. Fome não tem ideologia. E amor… não precisa de tradução.

E é aí que mora a beleza do mundo.
No anônimo que doa.
No voluntário que cuida.
No vizinho que oferece ajuda.
Na criança que divide o pouco que tem.
No idoso que ensina.
No jovem que se importa.
Nos que resistem, mesmo quando tudo parece dizer que não vale mais a pena.

O mundo não é feito só dos que quebram. É feito, também, de milhões de mãos invisíveis… que passam o dia inteiro consertando.

E que sorte a nossa… que eles ainda existem.

Renato Paes Leme

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